28.2.17

o que falta para a islândia:

- fato de banho
- repelente
- protector solar
- botas de caminhada impermeáveis
- casaco quente e impermeável
- corta-vento
- polares
- roupa interior térmica
- meias
- calças confortáveis
- 3 meses e meio de espera!



e x recuperou a máquina fotográfica, escondida há tanto, mas tanto, tempo.

coisas:

- x, finalmente, marcou a consulta para a cirurgia que anda a adiar há anos e que pode mudar-lhe a vida para melhor;
- x, finalmente, entregou a ficha de inscrição para algo que, certamente, lhe vai mudar o resto da vida inteira (esperemos) para melhor;
- x, finalmente, comprou o bilhete para voar para reykjavik e passar uns dias perdida algures na islândia;
- x, finalmente, está a tentar tomar conta da sua vida.


20.2.17

Foram precisos muitos meses para x recuperar a sanidade e livrar-se de todos os sintomas de stress que a acompanharam no último ano. Mas ja passou. Hoje x sente-se bem - sintonizada e tranquila. A irritação constante passou. As dores de cabeça permanentes, as tonturas e todos os sintomas que antes lhe eram estranhos, desapareceram. Falta agora recuperar a forma física. O sorriso nos olhos e a vontade, esses, já voltaram.

16.2.17

um dia na vida de x: trabalhar num relatório até às 2h da manhã. adormecer no sofá. acordar ás 7.30h. ligar para maputo para dar instruções para um trabalho. tomar banho. vestir a roupa. meter o computador na mala e sair de casa a correr. tomar café na rua. pegar no carro. atravessar a cidade. estacionar o carro. chegar ao gabinete. ligar o computador. tomar outro café. acabar o relatório em que esteve a trabalhar até ás 2h da manhã. nos entretantos, responder a vários emails e distribuir trabalhos vários. almoçar a correr. mais emails. trabalhar em dois documentos diferentes à vez. mais um café. meter de novo o computador na mala. sair do escritório a correr. pegar no carro. atravessar a cidade. entrar de novo na faculdade onde passou 6 anos de vida. 3 horas de aulas de pós gradução. arrumar a documentação na mala. pegar no carro. atravessar a cidade. estacionar o carro. entrar em casa. fazer o jantar. comer. pegar de novo no computador.  mais um trabalho para acabar. ou melhor, dois. perder a vontade. x vai mas é deitar-se no sofá e fazer festas ao gato. são 23.14h.

13.2.17

X comprou casa há seis anos. Na altura, a zona onde x comprou casa era desprezada. Hoje, e uma das zonas hype de lisboa. Na altura, a casa de x custou 122,500 euros e x gastou mais 30,000 em obras. Hoje, na zona onde x mora andam a pedir 3,500 euros por m2. Contas feitas por alto e a casa de x poderia "valer" perto de meio milhão de euros. A casa de x nem em sonhos vale meio milhão de euros. A isto se chama especulação. E quem compra nestas condições ou e estupido, ou e estupido. 

9.2.17

consequências de sair da europa no pico do inverno e aterrar em áfrica no pico do verão - ficar com o corpo todo colado, o cabelo sem jeito, a roupa a incomodar por todo o lado, as pernas inchadas... basicamente, ficar com um ar de merda!

6.2.17

6 de fevereiro de 2017. há exactamente dez anos, x dava os primeiros passos em áfrica. x chegou a maputo fugida do inverno de lisboa, e do frio que lhe tolhia a alma. em maputo, sozinha e disposta a comer o mundo, descobriu em poucos dias tanto que não conseguiu ver durante anos. ao primeiro sopro de calor africano de fevereiro que lhe arrebatou o corpo, x soube - tinha escolhido um caminho difícil mas só dependia de si torná-lo o futuro que x sabia merecer. x não tinha margem para errar. tinha apostado todas as fichas deste jogo malandro que é a vida neste caminho que desconhecia  mas que estava disposta a morder com os dentes todos. hoje, passados dez anos, x está de volta a maputo. e hoje, enquanto x fumava um cigarro debaixo das acácias no alpendre do sítio que há anos a acolheu, x sorriu e pensou como a vida, por vezes, não se engana. hoje, x desceu do avião, como há dez anos. hoje, o calor que cobriu o corpo de x, foi o mesmo de há dez anos. mas hoje, x sabia exactamente para onde ir. x chegou ao destino e foi recebida como uma pessoa da casa. com abraços e sorrisos. bem-vinda x, tu que daqui nunca verdadeiramente saíste.

4.2.17

X passa dias ao telefone com um cliente. A determinado momento x diz "aí e tal se o vosso contrato tiver um valo superior a 25 milhões de dólares...". O cliente interrompe x e diz " bom, o nosso contrato deve ter um valor entre... sei lá... um e dois bis!". X para e pensa "foda-se!".

1.2.17

Há uns meses, x ganhou um sinal estranho no corpo. Hoje, finalmente, teve uma consulta de dermatologia. Minutos depois de entrar no consultório soube que o sinal estranho era um tumor benigno sem gravidade. Ainda assim, X decidiu tirá-lo de imediato. Levou 2 minutos. Depois aproveitou para ver o couro cabeludo irritado e pedir um creme para as rugas. A médica disse que x não precisava disso e recomendou apenas um hidratante com jeitos. X e a médica riram-se a valer e depois despediram-se com dois beijinhos. Passados 30 minutos de dar entrada no hospital, x estava de volta ao trabalho. Que médica extraordinária, simpática, divertida, sem merdas e, sobretudo, eficiente. E x não a conhecia de lado nenhum. Chama-se Ana Ferreira, e da consultas no Hospital da Luz. De nada.